Apresentação do Livro "Maria das pernas compridas / Marie de las piernas cumpridas”

Sinopse

“Maria das pernas compridas / Marie de las piernas cumpridas” é o título de um livro que se deseja inclusivo e intergeracional e que, entre outros objetivos, pretende celebrar o “Dia Internacional da Língua Materna”, instituído pela UNESCO e reconhecido pela ONU como o dia 21 de fevereiro.

O livro, escrito por Lurdes Breda, ilustrado por Cristina Ramos Sousa e traduzido para Mirandês pelo Professor Alcides Meirinhos, da Associaçon de Lhéngua i Cultura Mirandesa (ALCM), com edição da Hora de Ler, mostra como a Língua Portuguesa pode ser a ponte para outras Línguas Maternas, tantas e diferentes culturas.

O texto, bilingue, portanto, escrito em poesia, possui, como ponto de partida, o regionalismo “Maria das pernas compridas”, que significa simplesmente “chuva”. Além da subjetividade poética, da multiculturalidade e da preservação das Línguas Maternas, há, ainda, o intuito de destacar a importância da água para a vida na Terra e para os vários povos que nela habitam.

O projeto é complementado com o livro em braille, audiolivro e vídeo-livro em Língua Gestual Portuguesa. Estes últimos, acessíveis através de um QR Code. O trabalho foi realizado sob a coordenação da Professora Célia Sousa, no Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID), da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), do Instituto Politécnico de Leiria (IPL). O audiolivro e vídeo-livro contaram com a colaboração das Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (LGP) Diana Leigo e Manuela Campaniço, do Agrupamento de Escolas D. Dinis, de Leiria, através da Professora Elisabete Santos, Coordenadora do Apoio Especializado e da Equipa Bilingue do referido Agrupamento.

Relativamente à ilustração, é baseada na figura da cegonha e remete para o renascer da natureza. A sua existência é transversal a vários continentes e a várias culturas. A cegonha é também associada à água. Segundo algumas crenças, esta ligação à água, onde grande parte destas aves concebe o seu habitat, tem ainda uma forte componente espiritual, pois relacionam a água à energia feminina. Muitas das formas arredondadas de água, como lagos e lagoas, paralelizam com o útero da mulher, reforçando a ideia do nascimento ou da renovação.

Falemos de chuva em forma de poema, falemos de língua-pátria ou de língua-mãe, falemos da grande amálgama de povos, que é o mundo, mas falemos com o coração!