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Galeria Quattro

Leiria

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Sinopse

A sua pintura, bem construída mas muito alheia aos rigorosos rigores que ditam os cânones e aqueles que os tornam possíveis, não segue os modelos de uma figuração convencional; pelo contrário, desenvolve a visão pessoal de uma realidade a que Pepe Cano dá uma dimensão especial, produto de um olhar privilegiado cheio de ironia festiva.

Porque a Pepe Cano não lhe interessa pintar o habitual que o olho vê sem que lhe sejam impostos intermediários desvirtuantes; isso seria sempre mais fácil, mas menos interessante. Ele confere a tudo o que o rodeia um desenvolvimento adicional; interpreta o real depois de o ter passado pela sua poderosa visão de clarezas intelectuais conhecedoras daquela sociedade que apresenta fórmulas que, podemos também dizer, são, no mínimo, curiosas e que nem todos são capazes de vislumbrar.

Vimos o pintor de La Línea a dar o seu testemunho pessoal e a sua visão sobre muitas circunstâncias que intervêm no que rodeia o artista e que são cópias de uma sociedade com infinitos matizes. Personagens, as suas ações, lugares, elementos extraídos de uma realidade a que ele dá um toque amoroso, cheio de ironia, para mostrar aqueles detalhes cintilantes que todos não são capazes de ver.

Bernardo Palomo. Crítico de Arte