CONVERSAS ARTISTAS NA FÁBRICA

Sinopse

Conversas Artistas na Fábrica é um ciclo de colóquios organizado no âmbito da exposição Artistas na Fábrica – Tereza Arriaga, Jorge de Oliveira e Manuel Filipe – 1943-1945, que são sempre antecedidos de visita à exposição orientada por uma das curadoras, e que decorrem até maio de 2025, focando temas históricos e atuais inspirados no conteúdo expositivo.

Este colóquio Leiria Cultural e Politica I: As Artes pretende abordar o contexto artístico de Leiria na década de 1940, em especial nos anos de 1043-1945, enquanto espaço de ativismo politico e cultural há época, fundado na geração anterior de artistas e intelectuais, bem como realizar uma abordagem ao contexto do setor cultural e criativo na atualidade.

A exposição reúne, pela primeira vez, um conjunto de obras plásticas de Tereza Arriaga (1915-2013) e de Jorge de Oliveira (1924-2012) realizadas no ano de 1945, respetivamente na Nacional Fábrica de Vidros da Marinha Grande e na Empreza de Cimentos de Leiria, na Maceira-Liz, em conjugação com trabalhos de Manuel Filipe (1908-2002) sobre a dureza das vidas operárias, integrantes da série Desenhos Negros, realizados e pela primeira vez expostos, também em 1945, em Leiria.

Embora centrada na excelência de um conjunto de obras plásticas, esta não é apenas uma exposição de arte.

Coerentemente com os ideais dos seus – então jovens – autores, que concebiam a arte como pensamento e intervenção social, a exposição evoca, mediante uma tipologia aberta de fontes selecionadas através de investigação histórica e antropológica, o contexto muito particular de realização destas obras, que aqui, significa três localidades e decisivas ligações entre elas, dois setores industriais, relevantes dinâmicas de ativismo cultural e cívico, três percursos biográficos – e um momento histórico único, indelevelmente marcado pela II Guerra Mundial. Esta pesou, de modos diversos, tanto sobre o trabalho infantil no vidro, objeto do trabalho artístico de Tereza Arriaga, então professora na Escola Industrial da Marinha Grande, como sobre a indústria cimenteira que Jorge de Oliveira recriou nos seus trabalhos. O desfecho do conflito, com a derrota do nazi-fascismo (cujos 80 anos se assinalam em 2025), intensificou em Portugal a atividade cultural e política de resistência ao regime ditatorial, na qual Manuel Filipe – igualmente professor e vice-reitor do Liceu de Leiria – e os outros dois artistas se envolveram fortemente, e envolveram a sua arte.

Os Colóquios irão versar sobre vários contextos diretamente associados à exposição, desde as artes à oposição e à resistência, aos direitos humanos, é técnica e tecnologia, mas também à contemporaneidade.