Exposição "Para Lá dos Montes" de João do Vale | #caixaforte
Sinopse
Durante a residência artística, a decorrer neste momento nas salas da caixa-forte e nas oficinas do BAG, entre os dias 3 e 10 de novembro, o artista João do Vale produz as obras que irão integrar o conteúdo expositivo.
Pela configuração da área expositiva, artista desenvolve o seu processo criativo em torno do conceito de “prisão”, enquanto metáfora que transcende o ambiente físico para as clausuras emocionais. Os limites autoimpostos pelo ser humano no panorama atual da sociedade.
Através desta experiência, criámos um espaço de aprendizagem e interação, que dá a oportunidade de acompanhar o processo de produção das obras antes de serem apresentadas no espaço dedicado à exposição, permitindo a partilha de diálogos enriquecedores, conversas informais e uma maior compreensão do mundo da arte contemporânea.
Sinopse do artista:
Porquê este título, porquê esta imagem mental? Porque é de uma imagem mental que se trata, uma espécie de projeção mental, interior, como uma esperança que paira sobre nós, como uma eliminação imediata dessa distância que nos separa geograficamente desde o ponto onde estamos (estáticos, presos, agarrados ao nosso chão) e um "para além" do nosso lugar: de onde estamos até onde queremos realmente estar. A Caixa-forte do Banco das Artes oferece o lugar ideal e muito propício a esses exercícios de fuga, de escape e de sobrevivência através da viagem mental e do escapismo. A sua logística hermética, aparentemente fechada e opressora, a sua semelhança com um pequeno claustro ou cela, com uma prisão e a permanência prolongada nesse lugar promovem essas visões de escapismo mental, essas visões de sonho que só os marginais e os prisioneiros sabem gerar. Reflexo de uma mente que aspira à liberdade, mas reflexo também de uma sociedade que nos oprime e isola cada vez mais nos nossos sonhos, desejos e aspirações (que não chegam a cumprir-se), esta exposição apresenta um conjunto de resultados gráficos e pictóricos que representam essa vontade de escapismo e esse nível de sobrevivência quotidiana necessários a cada um de nós. João do Vale habitou este espaço da Caixa-forte do BAG como modo de absorver essa vontade necessária e aí trabalhou baseando-se nessa lógica de escapismo pessoal, projetando nos seus trabalhos essa vontade de sonho e de lugares "para além" (de si, da sua situação de clausura, da sua impotência social) que, não resolvendo na prática o seu quietismo imposto desde fora, deixam ver as suas fantasias inacessíveis e impraticáveis, o seu lugar de liberdade (como se este fosse ainda possível). No fundo, estes trabalhos representam tanto denúncias de uma situação presente extrema e imposta desde fora (socialmente), como aspirações ou idealizações de lugares e situações de uma liberdade desejada até ao paroxismo.
João do Vale, 2023
Biografia do artista:
João do Vale nasceu na Marinha Grande em 1976.
Doutorado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto, é atualmente artista visual e Professor Convidado de Desenho e Arte Moderna na Universidade do Minho.
É também escritor e editor da Fogo do Céu, tendo já editado vários livros sobre pintura e de poesia.
O seu trabalho visual incide numa lógica de exposição de espaços mentais pessoais, de afirmação de uma imaginação pessoal (como espaço de liberdade individual não condicionável) e de denúncia de quaisquer sistemas opressores (sejam eles sociais ou pessoais) da sua liberdade pessoal.
Ficha técnica
Organização: Municipio de Leiria - BAG
Artista: João do Vale
Outras Informações
Para mais informações:
bancodasartesgaleria@cm-leiria.pt
244 839 619 / 244 839 606 (chamada para rede fixa nacional)