HIMALAYA : A invenção do sol
Sinopse
Dia Mundial do Teatro
E SE O SOL SE PARTISSE?
Bem… Na realidade, se a luz passar por um prisma óptico não se parte propriamente, mas decompõem-se em raios de um espectro de cores, do violeta frio até ao vermelho quente…
Imagine-se um futuro sem sol inteiro. Aí vive uma Rapariga dominada pela vontade de criar um aparelho, que devolva ao sol a sua unidade, julgando ter sido por sua culpa que o sol se decompôs.
Visita-a com frequência uma figura de vanguarda das energias alternativas vinda do passado: Padre Himalaya. Viajante no tempo, também ele vive uma espécie de culpa. mas alimenta a esperança. No meio desta relação, um pássaro. E o amor. Padre Himalaia, de nome de pia Manuel António Gomes, cientista e inventor prodigioso, construiu por volta de 1900, o pirelióforo, um extraordinário forno solar, com a função de fundir todo o tipo de materiais, invento que ganhou o 1º prémio da Exposição Universal de St. Louis, em 1904, nos Estados Unidos. A patente foi cobiçada por vários industriais de vários países.
O pirelióforo acabou por ser roubado.
Manuel António Gomes foi uma figura ímpar da passagem do século XIX-XX da História portuguesa. Padre progressista, crítico de vários dogmas (era fervoroso defensor do fim do celibato), ficou conhecido por um nome que ainda hoje toca os céus – Himalaya.
Amante da Natureza, estudou naturopatia, curou o tifo através das plantas, rejeitou a alimentação à base de animais – autointitulava-se de fructariano. Sem estudos académicos na área das ciências, o seu génio inventivo encarregou-se de lhe fornecer o ímpeto para ensaiar a natureza à luz da sua perceção tão singular.
Integrando este Himalaya num mundo quase mágico, servimo-nos da sua existência como mote para explorar não a sua vida, mas a ideia de vida de uma personagem enquanto invenção em si mesma – pois que as personagens vivem no mesmo plano das invenções até ao momento em que se concretizam em palco.
Assim, durante esta peça, o Himalaya que inventou um forno solar, que tentou extrair azoto da atmosfera, que foi no fundo um pioneiro da ecologia, cruza a sua existência que de facto foi (e que hoje vive em cartas que deixou e em escritos sobre a sua vida), com o ser do seu génio inventivo fragmentado em duas personagens que, dentro deste universo onde a natureza já está corrompida pela mão humana, se deparam com dificuldades em compreender a sua própria forma de ser, enquanto buscam uma solução para a crise gerada pela fragmentação do sol.
ESPETÁCULO APOIADO PELA DGARTES/ RTCP
Ficha técnica
Atores: Rui Noronha Ozorio e Mafalda Covas
Mais uma Criação e Produção da Seiva Trupe - Teatro Vivo
Uma Ideia Original e Encenação: Sandra Salomé
Texto: Pedro Leitão
Cenografia: Cristóvão Neto
Figurinos: Sílvia Rocha
Sonoplastia: Fábio Ferreira
Desenho e Técnico de Luz: Paulo Marinho
Direção de Produção: Fernando André
Produção Executiva: Filomena Rodrigues
Fotografias de Registo: André Delhaye
Design: Dotgraf
Assessoria de Comunicação Social: Rui David
Outras Informações
Público-alvo: M/12
Duração: 90 min. (sem intervalo)