VISITA ORIENTADA À EXPOSIÇÃO ARTISTAS NA FÁBRICA
Sinopse
Visita Orientada à exposição Artistas na Fábrica – Tereza Arriaga, Jorge de Oliveira e Manuel Filipe – 1943-1945, pela curadora da exposição, Antropóloga e Investigadora, Emília Margarida Marques.
Portugal não entrou na II Guerra, mas a II Guerra entrou em Portugal: na economia, no trabalho, nas condições de vida, nas mentalidades. E no ambiente político, que momentaneamente transformou, ao tornar-se clara a derrota iminente do nazi-fascismo. É neste momento único, de esperança e combatividade, que três jovens artistas, impelidos pela urgência de criar e intervir, vão produzir, na região de Leiria, dezenas de obras centradas no ambiente industrial, no trabalho infantil na fábrica e na dureza das vidas proletárias. Em grande parte até agora inéditas, marcam o neorrealismo plástico em Portugal.
A visita é uma viagem ao contexto multifacetado destes trabalhos e a alguns episódios surpreendentes que o revelam. Entre o brutal quotidiano fabril das crianças e jovens vidreiros e a ligação ao poder político do negócio cimenteiro; entre as práticas culturais e associativas como luta antifascista e os múltiplos dispositivos da repressão; entre Belas Artes de Lisboa, o Leiria Ginásio Clube ou a Escola Industrial da Marinha Grande; entre as presenças de Júlio Pomar, Mário Dionísio ou Maria Lamas.
Viagem ao tempo sombrio da ditadura – e, sobretudo, ao brilho da resistência e da criatividade que o fascismo nunca conseguiu apagar.
Viagem com regresso ao presente, que a História nos ajuda a interrogar, tal como é preciso, sempre.
Emília Margarida Marques é Doutorada em antropologia, tendo assumido o trabalho de investigação e a criação de conteúdos para a realização desta exposição, assim como a sua curadoria em parceria com Raquel Henriques da Silva.
Lecionou na FCSH-UNL. Trabalhou / trabalha em equipas de investigação, comissões editoriais e científicas, e peer review.
Autora de Os Operários e as Suas Máquinas: Usos Sociais da Técnica no Trabalho Vidreiro (2009, Lisboa, Gulbenkian/FCT) e muitas outras publicações, entre relatórios, capítulos e artigos científicos e trabalhos de divulgação.
Dedica-se às seguintes áreas de investigação:
Trabalho, indústria e trabalhadores industriais; usos sociais da técnica em contexto de trabalho; Classe: desigualdade e consentimento; Usos do cinema na industrialização portuguesa durante a ditadura; História local e memória social; História da indústria videira e dos vidreiros em Portugal.
Outras Informações
Particiação mediante inscrição previa para:
mimo@cm-leiria.pt | 244 839 675 (chamada para rede fixa nacional)