18 fev. 2023 17h00 Até 19h00

«Leiria Convida» com Eduardo Marçal Grilo

Biblioteca Literatura

Sinopse

«O autor demonstra por que razão a Educação foi um dos flagrantes fatores de retardamento nacional, entre os anos trinta e sessenta, apesar dos esforços meritórios de alguns, visionários ou arrojados.»
Marcelo Rebelo de Sousa in Prefácio

 

SALAZAR E A EDUCAÇÃO NO ESTADO NOVO
A análise lúcida e reveladora de Eduardo Marçal Grilo

Com distanciamento e sem constrangimentos políticos ou ideológicos, Eduardo Marçal Grilo apresenta neste livro a sua visão sobre a educação durante o Estado Novo. Numa análise lúcida e reveladora, o antigo Ministro da Educação assume que muitos dos problemas atuais da educação têm raízes no Estado Novo.

O Estado Novo, e Salazar em particular, tinham uma especial aversão a uma massificação da educação, sobretudo do ensino superior. Para o Presidente do Conselho, basta saber ler, escrever e contar. Eis a missão da educação segundo Salazar, a quem, de resto, se desconhecem grandes considerações sobre políticas educativas.

Durante as décadas de trinta e quarenta e até à primeira metade da década seguinte, esta era a forma de encarar o papel da educação em Portugal. Só a partir de 1955, com a chegada de Leite Pinto ao Ministério da Educação é que o Estado passou a abordar a promoção da educação e da formação como verdadeiros objetivos estratégicos da governação.

Isso mesmo podemos confirmar no terceiro capítulo do livro, inteiramente dedicado ao período 1955-1968, o tempo dos ‘reformistas modernos’. É nesta altura que surgem em cena Leite Pinto, o ministro sem medo de Salazar, e Galvão Telles, um ministro com visão, se avança para a extensão da escolaridade obrigatória, a reforma da Mocidade Portuguesa (com a retirada da componente pré-militar desta organização) e, ainda, que tem início a famosa crise académica que haveria de marcar toda a década de sessenta.

Para Marçal Grilo, não poderiam ficar de fora desta análise as políticas e as medidas tomadas durante o Estado Novo em matéria do ensino superior e das universidades.

Por fim, no Epílogo, o autor sintetiza algumas das conclusões retiradas dos restantes capítulos a que juntou, ainda, algumas considerações sobre as consequências que estas políticas ainda têm na atualidade.

Decidi escrever este livro por um conjunto de razões que se prendem muito com o que fiz e com o que tentei fazer ao longo de grande parte da minha vida, mas sobretudo porque tenho hoje a ideia de que só conhecendo bem o passado se consegue perceber o tempo que vivemos e ter uma noção do que será possível perspetivar para o futuro.

A educação e a formação das gerações que nos vão suceder estão profundamente dependentes do que foram as dificuldades, os problemas e os condicionalismos das gerações que nos precederam. É necessário que se conheça bem o passado o que, consequentemente, me levou a estudar a evolução da educação no nosso país entre os anos trinta e os anos sessenta.

Ficha técnica

Organização
Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira

Outras Informações

Entrada gratuita

Público-alvo: População em geral

 

Biografia

Eduardo Marçal Grilo (1942) é licenciado e doutorado pelo Instituto Superior Técnico. Foi Especialista do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Diretor Geral do Ensino Superior, Presidente do Conselho Nacional de Educação e Ministro da Educação. Foi ainda Administrador da Gulbenkian.

Foi presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro e fez comentário político na RTP3 durante vários anos, e atualmente é membro do Conselho de Curadores da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

É autor de várias obras, destacando-se, mais recentemente, Não Tenham Medo do Futuro, Quem só espera Nunca Alcança e Se Não Estudas, Estás Tramado.