«TERRA DA FRATERNIDADE: 54 RECADOS PARA JOSÉ AFONSO» - Exposição de Pintura de José Manuel Castanheira
Sinopse
Passaram 50 anos, passaram muito depressa. Ao longo deste tempo senti, bastas vezes, que a palavra essencial parecia vacilar. Aquela que tanto custou a conquistar, a LIBERDADE. E, quando me vejo nessas inquietações, pela névoa da mente, lá vem ele, sempre, o Zeca em contraluz, determinado, a dizer-nos TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM. Foram esses instantâneos, mistura de extraordinárias cantigas com acontecimentos, que num gesto intuitivo me conduziram ao impulso de pintar estas aguarelas.
Na onda desse estímulo, o meu pensamento foi também para os amigos Francisco Fanhais, José Mário Branco, o Sérgio Godinho, o Luís Cília, entre tantos outros. Cinquenta e quatro recados para José Afonso, pintados num gesto espontâneo de gratidão e admiração para avivar e alimentar o valor da Liberdade.
Ficha técnica
Organização
Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira
Outras Informações
Entrada Gratuita
Público-alvo: População em Geral
Inauguração no dia 5 de abril, às 15h00
BIOGRAFIA
Cenógrafo, Arquitecto, Pintor, Professor. Doutorado em Cenografia e Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Consagrado internacionalmente após o Centro Georges Pompidou lhe dedicar uma retrospectiva (1993), cruzou-se com grandes mestres como Georges Banu, José Triana, Fernando Arrabal, Jersy Grotowski, Guy-Claude François, Yannis Kokkos, Jorge Dubatti, Juan Mayorga, Luc Boucris, Ricard Salvat, José Luis Gomez, Lagoa Henriques, Aderbal Freire-Filho ou José Sanchis Sinisterra.
Realizou mais de 350 cenografias em vários países. A par da exibição das criações cenográficas dirigiu formação e investigação em Portugal, e muitos outros países como Argentina, Alemanha, Bélgica, Brasil, Croácia, Cuba, Espanha, França, Hungria, Inglaterra, Japão, México, Perú, Grécia, Itália, República Checa e Suiça. São de realçar acções como “Mutations de la Scénographie Contemporaine” (Festival de Avignon-1994), Maitres de la Scénographie (Barcelona-2001), O Espaço Memória (Poeira, Rio de Janeiro-2010), Open Summer Workshop (Olot-Barcelona-2019), O sentido dos Mestres (Festival Almada-2022), Congresso Mundial de Cenografia (Tandil, Buenos Aires-2022), Un Lugar para transformar el tiempo (Fundacion Abadia, Madrid-2023).
Integrou o júri mundial da Quadrienal de Praga (1995) e a curadoria oficial da representação Portuguesa (2015). Em 2017 integra os júris de doutoramento em Estudos Teatrais da Sorbonne Nouvelle/Paris e em 2021 preside ao júri do Festival Internacional de Almagro (Espanha). Recebeu vários prémios, nomeações e distinções nacionais e internacionais.
Em 2022 é a personalidade do ano homenageada pelo Festival Internacional de Almada e em 2013 é-lhe atribuida a Medalha de Ouro de mérito cultural da cidade de Almada.
Foi Art Director na fundação do canal 4 da televisão, depois TVI, em 1991-92. Fez a cenografia para o filme Vai e Vem de João César Monteiro (2002).
É membro da Real Academia de Belas Artes e também da Academia de Artes Cénicas de Espanha. Foi um dos fundadores da Associação Portuguesa de Cenografia (da qual foi Presidente entre 2012 e 2016). Foi o 1º Director Técnico do Teatro Nacional D. Maria II de 1994 a 1996 e integrou posteriormente a Administração e a Direcção Artística de 2006 a 2008. Na área da gestão cultural, desempenhou ainda funções na Fundação Calouste Gulbenkian-Acarte, na Castelo Branco/Capital do Teatro e na direcção da Sociedade Portuguesa de Autores. De 1999 a 2005 integra o Conselho Científico fundador da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco.
Na Arquitectura Teatral fez o projecto de reabilitação do Teatro Gregório Mascarenhas (Silves, 1996), foi consultor para a remodelação do Théâtre de l’Odeon (Paris, 1998), consultor para a construção do Auditório da Culturgest/CGD (Lisboa, 1991) e actualmente coordena o projecto de reabilitação do Cine Gardunha (Fundão).
Autor de mais de cem cartazes – teatro, cinema e festivais (como Festival Almagro, Bienal de Veneza, Almada, Festival Y, Música Maputo), várias capas de livros, revistas e
jornais (como as 6 capas para o JL-Jornal de Letras).
Publicou vários livros: “Castanheira-Cenografia” (2013), “Desenhar Nuvens” (2014), “O Tempo das Cerejas” (2016), “Frei Luís de Sousa” (2016), “Fausto-Pessoa” (2019), “Reinar Después de Morir” (2019), “Panoramas Imaginários” (2020) e co-autor de “Catorze Histórias Incríveis ou o Fabuloso Imaginário das Lendas da Beira Baixa” (2017, c/ Fernando Paulouro), “Jardim do Paço” (2020, c/ António Salvado), “Viagem a Itália” (2015, c/ Pedro Castanheira), na Editora Caleidoscópio e ainda “Um fio de lume” (c/José Guardado Moreira, ed. Guerra e Paz)) “Um lugar para transformar o tempo” (ed. Festival de Almada, 2023), “Un lugar para transformar el tiempo” (ed.Bolchiro/Madrid,2023), Terra da Fraternidade (ed. Assembleia da República, 2024).